Não sou responsável pela forma que interpreta, e sim pelo que escrevo.

23/11/2013 19:13

   Eu tenho que confessar que adoro clichês, e a frase que dá o título a este post tem me levado pensar sobre o assunto. Muitas vezes tentamos questionar o que nossos olhos não cansam e nem param de enxergar, e por isso a frase vem fazendo todo sentido para mim.
 
   Muitas vezes me deparo com certos comentários em frases que coloco em minhas redes sociais ou mesmo em alguns post por aqui ou por ali, que me deixam muitas vezes intrigado, primeiramente pela falta de educação, depois pela falta de racionalidade, e finalmente por muitas vezes atribuir aos meus textos ou idéias coisas que não disse e nem queria dizer.
 
   Todo texto é passível de interpretação, e eu concordo, contudo, fica, a questão: O autor deve ser responsável pelas interpretações muitas vezes levianas, e desconectadas com o verdadeiro sentido do texto?
A resposta mais simples seria, é óbvio que não.
 
   Mas essa lógica, tão óbvia, parece não nortear a argumentação de certos comentadores, pois aos fazerem ataques pessoais a partir de suas interpretações vazias, sem sentido e muitas vezes levianas, parece que não só o autor se torna responsável pelo que disse, mas também, pela imbecilidade e incapacidade de entender o sentido do texto postado.
 
   A “arte de interpretar” pós-moderna dá supedâneo para a pluralidade de interpretações e para não correr o risco do não entendimento. Aqueles que não entenderão a última frase transcrevo-a em simples palavras: 
'A arte de interpretar pós-moderna da suporte para o maior número'.
 
   Tornado-as todas aceitáveis e possíveis, não podendo sobre sua ótica, se encontrar um significado fixo para um texto, e que tanto a identidade como a intenção do autor são irrelevantes para a sua interpretação.
Ou seja, todas as interpretações são igualmente válidas, ou igualmente sem significado.
 
   Isso vem permitindo todo tipo de interpretação, destituída que qualquer sentido original que o autor tenha registrado por meio do processo relacional aquilo que ele realmente quis afirmar.
Essa tal pluralidade declara a morte do autor, pois ela só se torna viável, se partir da idéia de que aquilo que o mesmo registrou e queria dizer, em seu texto ou discurso, poder não ter nada a ver com a interpretação de suas palavras e idéias, pois o sentido dado é só mais um sentido, mesmo que a interpretação implique em assassinar o autor, calar a sua voz,  violentá-lo na essência de suas idéias.
 
   Por mais aceitável que pareça, as idéias de cada leitor (nisto de cada interprete), gostaria de firmar uma posição. O autor deste site e suas idéias, pensamentos e sentimentos, ainda não morreu, por isso, caso você tenha dúvida quanto ao sentido do texto, pode me perguntar e tirar suas dúvidas, uma vez esclarecidas, pode me culpar pelo que disse.
 
   Mas, caso contrário, caso você queira dar um sentido novo ao que eu digo, com suas interpretações e projeções, mesmo com frases entre aspas, que perdem o sentido fora do contexto, gostaria de lembrá-lo, que sua interpretação não é de minha responsabilidade.
 
   Não atire pedras no suposto autor do texto, pois ele, o texto, pode ter sido forjado por sua própria interpretação.
 
by Moreno Jambo.